OPINIÃO Tocantins: Uma história de luta, sucesso e afirmação; por Ruiter Pádua

Em 1988, a Assembleia Nacional Constituinte criou o Estado do Tocantins que foi instalado em 01 de janeiro de 1989. A região então denominada Norte Goiano, era praticamente esquecida pelo Governo do Estado de Goiás, motivo pelo qual tudo tinha de ser feito: sua capital; infraestrutura, principalmente estradas e energia elétrica, e muito especialmente ampliar a produção, para que pudéssemos arrecadar e consolidar como Estado autônomo economicamente.

Para que isto acontecesse o Governo do Estado arregaçou as mangas e foi atrás de apoio institucional e econômico, tanto no próprio país como no exterior.

O Estado contava com menos de 1.000 km de estradas pavimentadas para um território de 277.721 km². Os esforços resultaram na captação recursos advindos entre outros agentes, especialmente do Japan Bank for International Cooperation - JBIC, o que possibilitou nestes 26 anos elevarmos nossa malha viária estadual para mais de 7.000 km, e ligar mais de 90% de nossos municípios por estradas asfaltadas.

O acesso a Energia Elétrica disponível para o Estado naquele ano de 1989, era deficiente na extensão e de baixa qualidade. No meio rural praticamente não existia acesso a energia elétrica. Com a construção da Usina Hidroelétrica Luiz Eduardo Magalhães, e o aporte de recursos do JBIC, este quadro mudou radicalmente, com a construção de mais de 37.000 km de redes urbana e rural. Hoje a energia elétrica chega aos 139 municípios/cidades do Estado, e mais de 70% de nossas 72.000 propriedades rurais contam com este importantíssimo benefício.

Na área de produção, especialmente a rural, tem um capítulo a parte pois em 1991, produzíamos em pouco mais 200.000 hectares de nosso território, com predominância no cultivo de arroz de sequeiro com baixa produtividade e os maiores volumes de arroz eram colhidos no iniciante Projeto Formoso implantado nas várzeas do Araguaia. A soja ocupava apenas 4.500 hectares. Estes números levaram as autoridades do Estado a procurar com urgência incentivar a produção, o que só começou a surtir efeito a partir de 1997, com a implantação do Programa de Desenvolvimento do Cerrado Brasileiro - PRODECER III, com recursos do programa de Cooperação Japão x Brasil, através da Agência de Cooperação Internacional do Japão - JICA, que no Tocantins teve o aval do Governo do Estado.

Esta iniciativa foi de fundamental importância para alavancarmos a nossa produção nos inserindo na mais nova fronteira agrícola brasileira, a região do MATOPIBA, como Estado de maior potencial de produção do pais, que no ano agrícola de 2014/2015, produziu em 1.250.000 hectares um total de 4.231.000 toneladas de grãos. Este crescimento deveu-se principalmente a soja, que foi plantada em 846.000 hectares (crescimento de 779 % ao ano) e o milho em 218.000 hectares.

Pelos fatos e números citados, nos tocantinenses podemos dizer, muito obrigado ao povo, governo e instituições japonesas, pelo apoio e incentivos técnicos e financeiros, sem os quais com certeza teríamos levado muito mais tempo para consolidar nosso querido Tocantins.

Ruiter Pádua
Produtor Rural
Ex Secretário Estadual de Agricultura
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Fonte: http://www.norteagropecuario.com.br